Comércio externo da China e efeitos sobre as exportações brasileiras

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Comércio externo da China e efeitos sobre as exportações brasileiras

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O presente documento objetiva analisar os riscos representados pelos produtos chineses para as exportações brasileiras, não apenas no mercado chinês, como também em outros mercados considerados relevantes, na medida em que o intercâmbio comercial entre os dois países vem crescendo de forma acelerada desde o ano de 2000. O fortalecimento recente do comércio entre os dois países implicou na elevação da participação das exportações chinesas nas vendas externas brasileiras, bem como no aumento da participação das importações de origem chinesa no total das compras externas brasileiras. Ademais, existe uma percepção de que é crescente a competição entre produtos brasileiros e chineses em terceiros mercados. A análise do perfil do comércio Brasil-China nos últimos anos mostra que, no total do valor das exportações brasileiras, é grande o peso de mercadorias de baixo conteúdo tecnológico. Com efeito, os produtos básicos responderam por pouco mais de 55% do total das vendas para a China (triênio 2001-2003), participação duas vezes maior que a verificada para as vendas totais do país. No mesmo período, o peso dos produtos semimanufaturados na pauta de exportações do Brasil para a China (20,1%) foi também superior à média das exportações nacionais (14,7%). Em decorrência, o oposto se verifica para os produtos manufaturados, cuja participação no total das exportações brasileiras alcançou 55,1%, contra 24,1% nas vendas externas para a China. No que se refere às importações originárias da China, a estrutura da pauta também apresenta concentração considerável, embora em menor grau do que o verificado para as exportações. Entre os produtos importados da China merecem destaque: hulhas, aparelhos de transmissão, cristais líquidos, tecidos, lâmpadas, brinquedos e calçados. A comparação da estrutura setorial das exportações e das importações referentes ao comércio Brasil-China revela ainda que apenas dois setores - Siderurgia e Calçados, Couros & Peles - aparecem entre os oito principais de cada fluxo. No que se refere à competição em terceiros mercados, as perdas mais significativas para produtos brasileiros foram encontradas nos EUA, expressivamente concentradas em calçados. Tal evidência parece refletir, uma vez mais, as políticas industrial e comercial chinesa, cujos efeitos já são uma realidade para o setor de calçados e couros no comércio intra-setorial Brasil-China. A médio prazo, o ataque chinês a exportações brasileiras em terceiros mercados pode se repetir para alguns setores como o Siderúrgico, o qual tem sido objeto de acelerado processo de substituição de importações na China.


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Resumen
O presente documento objetiva analisar os riscos representados pelos produtos chineses para as exportações brasileiras, não apenas no mercado chinês, como também em outros mercados considerados relevantes, na medida em que o intercâmbio comercial entre os dois países vem crescendo de forma acelerada desde o ano de 2000. O fortalecimento recente do comércio entre os dois países implicou na elevação da participação das exportações chinesas nas vendas externas brasileiras, bem como no aumento da participação das importações de origem chinesa no total das compras externas brasileiras. Ademais, existe uma percepção de que é crescente a competição entre produtos brasileiros e chineses em terceiros mercados. A análise do perfil do comércio Brasil-China nos últimos anos mostra que, no total do valor das exportações brasileiras, é grande o peso de mercadorias de baixo conteúdo tecnológico. Com efeito, os produtos básicos responderam por pouco mais de 55% do total das vendas para a China (triênio 2001-2003), participação duas vezes maior que a verificada para as vendas totais do país. No mesmo período, o peso dos produtos semimanufaturados na pauta de exportações do Brasil para a China (20,1%) foi também superior à média das exportações nacionais (14,7%). Em decorrência, o oposto se verifica para os produtos manufaturados, cuja participação no total das exportações brasileiras alcançou 55,1%, contra 24,1% nas vendas externas para a China. No que se refere às importações originárias da China, a estrutura da pauta também apresenta concentração considerável, embora em menor grau do que o verificado para as exportações. Entre os produtos importados da China merecem destaque: hulhas, aparelhos de transmissão, cristais líquidos, tecidos, lâmpadas, brinquedos e calçados. A comparação da estrutura setorial das exportações e das importações referentes ao comércio Brasil-China revela ainda que apenas dois setores - Siderurgia e Calçados, Couros & Peles - aparecem entre os oito principais de cada fluxo. No que se refere à competição em terceiros mercados, as perdas mais significativas para produtos brasileiros foram encontradas nos EUA, expressivamente concentradas em calçados. Tal evidência parece refletir, uma vez mais, as políticas industrial e comercial chinesa, cujos efeitos já são uma realidade para o setor de calçados e couros no comércio intra-setorial Brasil-China. A médio prazo, o ataque chinês a exportações brasileiras em terceiros mercados pode se repetir para alguns setores como o Siderúrgico, o qual tem sido objeto de acelerado processo de substituição de importações na China.
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