A evolução do sistema agroalimentar no Brasil e a redução de preços para o consumidor: os efeitos da atuação dos grandes compradores
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A evolução do sistema agroalimentar no Brasil e a redução de preços para o consumidor: os efeitos da atuação dos grandes compradores
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Durante a segunda metade década de 90, por influência de diferentes mecanismos, os preços dos alimentos em nível de varejo tenderam a elevar-se em ritmo inferior ao dos demais preços da economia. Muito embora a importância exata desse fenômeno na estabilidade de preços conquistada pelo Plano Real seja motivo de discussão na literatura, há suficiente evidência de que a influência foi favorável. A idéia, que já chegou a ser expressa com o título de âncora verde", é a de que, ao lado da "âncora cambial", a oferta agroalimentar (produção mais importações) teve papel crucial na estabilização. Enquanto a literatura sobre o comportamento dos preços dos alimentos no varejo no período que se seguiu à deflagração do Plano Real enfatizava a contribuição dos preços agrícolas cadentes, que seriam transmitidos para a frente ao longo da cadeia agroalimentar, este estudo partiu da concepção de que a agricultura é parte de um sistema agroindustrial mais amplo, que condiciona as estratégias das empresas, seu desempenho bem como a adoção de estruturas de governança adequadas. A adaptação do sistema agroalimentar ao novo ambiente pressupõe ajustes microeconômicos nos diferentes segmentos do sistema. Segundo a interpretação proposta neste estudo, além dos ajustes referentes à substituição de insumos em resposta a mudanças nos preços relativos, ocorreram mudanças tecnológicas (facilitadas pela abertura comercial), organizacionais intra-firma e nas relações entre firmas. O estudo está dividido em três partes. A primeira está voltada para o levantamento e resenhas dos trabalhos disponíveis sobre o sistema agroalimentar brasileiro nos anos 90; a segunda analisa o comportamento dos preços relativos, com base nas informações secundárias do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e FGV (Fundação Getúlio Vargas); e, a terceira, destina-se ao estudo da evolução dos negócios dos segmentos a jusante da agricultura, com base em entrevistas realizadas com empresas de processamento, distribuição atacadista e varejista."