Mudanças estruturais na agricultura brasileira, 1980-1998
Compartir
Título de la revista
ISSN de la revista
Título del volumen
Símbolo ONU
Citación
Mudanças estruturais na agricultura brasileira, 1980-1998
Fecha
Autores
Resumen
No começo da década de 80, a crise de financiamento externo da dívida pública e a incapacidade de obter um financiamento interno estável, mergulharam o país em 15 anos de hiperinflação, limitando a transferência de recursos do Estado para o setor agrícola. O programa de crédito rural subsidiado e a política de garantia de preços mínimos perderam a capacidade de coordenação da estabilização de ingresso no setor e, consequentemente, sobre a expansão da fronteira agrícola e das novas áreas produtivas da região centro-oeste e norte do país. As sucessivas tentativas frustradas de estabilização da economia provocaram instabilidade nos preços relativos e rupturas nos contratos de financiamento, com uma conseqüente redução drástica dos mercados de crédito para o setor privado da economia. Conjuntamente com a exposição aos mercados internacionais e com a ausência da proteção governamental, produz-se uma elevada transferência de riscos para os agricultores, que passam a ser discriminados pelo mercado financeiro interno. A abertura trouxe maior competitividade aos produtos agrícolas e foi nesse mercado de insumos onde houve maior impacto. Esses eram os mercados menos competitivos e os que mais absorveram os subsídios outorgados ao setor rural no passado. Como resultado, produziu-se uma recomposição favorável ao intercâmbio interno que, conjuntamente com os aumentos de produtividade, deram maior poder de compra ao setor produtivo agrícola. Esta fonte de capitalização interna explica o crescimento do setor e ao mesmo tempo os seus limites. Na década de 90 começa a se configurar um novo modelo de financiamento e coordenação a partir do sistema de distribuição das redes atacadistas de supermercados e do sistema agroindustrial exportador. Estes setores concentraram liquidez porque vendem à vista no mercado interno e, por outro lado, tiveram acesso privilegiado ao crédito externo através de importações financiadas no exterior e/ou através da antecipação de recursos financeiros sobre as exportações que, em conjunto, foram substituindo o antigo papel exercido pelo Estado. Dois aspectos importantes dessa transição não estão ainda suficientemente analisados. O primeiro é o desemprego da mão de obra menos qualificada dentro deste forte processo de aumento da produtividade, que esteve acompanhado de uma redução do número de estabelecimentos produtivos e de uma queda no preço da terra depois da estabilização. O segundo aspecto resulta de uma combinação dos efeitos da valorização da moeda durante o processo de estabilização e do dinamismo do mercado interno de alimentos, que acabaram por impedir uma expansão da agricultura para o mercado externo, apesar da eliminação dos principais elementos discriminatórios da política comercial agrícola postos em prática durante esse período. Resumen en español Al comienzo de la década de los ochenta, la crisis de financiamiento externo de la deuda pública y la incapacidad de obtener un financiamiento interno estable, sumergió al país en 15 años de hiperinflación, limitando la transferencia de recursos del Estado al sector agrícola. El programa de crédito rural subsidiado y la política de garantía de precios mínimos pierden su capacidad de coordinación sobre la estabilización de ingreso del sector y la expansión de la frontera agrícola hacia nuevas áreas y productivas de la región centro-oeste y norte del país. Los sucesivos intentos frustrados de estabilización de la economía provocaron inestabilidad en los precios relativos y rupturas en los contratos de financiamiento con una consecuente reducción drástica de los mercados de crédito para el sector privado de la economía. Conjuntamente con la exposición a los mercados internacionales y con la ausencia de la protección gubernamental, se produce una elevada transferencia de riesgo hacia los agricultores que pasan a ser discriminados por el mercado financiero interno. La apertura trajo mayor competitividad a los productos agrícolas, y fue en el mercado de insumos donde ejerció el mayor impacto. Estos eran los mercados menos competitivos y los que más absorbieron los subsidios otorgados al sector rural en el pasado. Como resultado, se produjo una recomposición favorable de los términos de intercambio interno, que conjuntamente con los aumentos de productividad dieron mayor poder de compra al sector productivo agrícola. Esta fue la fuente de capitalización interna que explica el crecimiento del sector y al mismo tiempo fija sus límites. En la década de los noventa se empieza a configurar un nuevo modelo de financiamiento y coordinación a partir del sistema de distribución de las cadenas de supermercados al detalle y a través del sistema agroindustrial exportador. Estos sectores concentraron liquidez porque venden al contado en el mercado interno y tuvieron acceso privilegiado al crédito externo a través de importaciones financiadas desde afuera y/o anticipos de recursos sobre las exportaciones, y que en conjunto fueron sustituyendo el antiguo rol ejercido por el Estado. Dos aspectos importantes de esta transición no están aún suficientemente analizados. El primero, es el desempleo de la mano de obra menos calificada dentro de este fuerte proceso de aumento de productividad, que estuvo acompañada de una reducción del número de establecimientos productivos y una caída en el precio de la tierra después de la estabilización. El segundo aspecto resulta de una combinación de los efectos de la valorización de la moneda a lo largo del proceso de estabilización y del dinamismo del mercado interno de alimentos, que impidieron una expansión de la agricultura hacia el mercado externo a pesar de la eliminación de los principales elementos discriminatorios de la política comercial agrícola que se pusieron en práctica durante ese período.