Dinâmica espacial e ordenamento do território

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Dinâmica espacial e ordenamento do território

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A herança colonial e escravista, as formas históricas de ocupação do território, a dimensão geográfica, as desigualdades naturais, a lógica econômica, as forças polarizadoras e a orientação da política econômica consolidaram um quadro de grandes diferenças econômicas e sociais entre as regiões brasileiras e fortes desequilíbrios no ordenamento do território. Ao longo da história brasileira podem ser observados pelo menos três grandes períodos, com diferentes características da dinâmica regional e da configuração territorial. O primeiro, que vai do descobrimento até o século XIX, se caracterizou pela dispersão não integrada, formando um verdadeiro arquipélago" econômico e populacional do território. Esse "arquipélago" decorreu da busca e identificação de oportunidades produtivas voltadas para inserção no comércio internacional, tanto na fase colonial, com exclusivo de comércio com a metrópole, quanto na fase de país independente e primário-exportador. São exemplos: a produção de açúcar no Nordeste, nos séculos XVI e XVII; de ouro em Minas Gerais, com extensões para Goiás e Mato Grosso, no século XVIII; de algodão, no Maranhão, no século XIX; de pecuária, no Rio Grande do Sul, desde o século XVI; de madeira e mate, no Paraná e Santa Catarina, desde o século XIX; de café nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, nos séculos XIX e XX; de borracha, na região amazônica, no final do século XIX e início do século XX. A dinâmica de cada uma dessas atividades dependia das condições locais de produção, do mercado internacional e da capacidade brasileira de competir com outras regiões produtoras (Furtado, 1964; Prado Jr., 1964; Castro, 1975; Simonsen; 1944). Nos casos do nordeste e de Minas Gerais, seja como complemento ou suporte às atividades exportadoras, seja como alternativa à decadência produtiva do setor exportador e a dificuldade de diversificação produtiva, foram criadas amplas economias de subsistência. A manutenção e ampliação da população baseados em economias de subsistência contribuiriam para o menor nível de desenvolvimento dessas regiões e para que, em etapas posteriores, essas regiões passassem a ser a fonte de grandes movimentos migratórios para as regiões do país que lograram uma melhor expansão econômica."


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Resumen
A herança colonial e escravista, as formas históricas de ocupação do território, a dimensão geográfica, as desigualdades naturais, a lógica econômica, as forças polarizadoras e a orientação da política econômica consolidaram um quadro de grandes diferenças econômicas e sociais entre as regiões brasileiras e fortes desequilíbrios no ordenamento do território. Ao longo da história brasileira podem ser observados pelo menos três grandes períodos, com diferentes características da dinâmica regional e da configuração territorial. O primeiro, que vai do descobrimento até o século XIX, se caracterizou pela dispersão não integrada, formando um verdadeiro arquipélago" econômico e populacional do território. Esse "arquipélago" decorreu da busca e identificação de oportunidades produtivas voltadas para inserção no comércio internacional, tanto na fase colonial, com exclusivo de comércio com a metrópole, quanto na fase de país independente e primário-exportador. São exemplos: a produção de açúcar no Nordeste, nos séculos XVI e XVII; de ouro em Minas Gerais, com extensões para Goiás e Mato Grosso, no século XVIII; de algodão, no Maranhão, no século XIX; de pecuária, no Rio Grande do Sul, desde o século XVI; de madeira e mate, no Paraná e Santa Catarina, desde o século XIX; de café nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, nos séculos XIX e XX; de borracha, na região amazônica, no final do século XIX e início do século XX. A dinâmica de cada uma dessas atividades dependia das condições locais de produção, do mercado internacional e da capacidade brasileira de competir com outras regiões produtoras (Furtado, 1964; Prado Jr., 1964; Castro, 1975; Simonsen; 1944). Nos casos do nordeste e de Minas Gerais, seja como complemento ou suporte às atividades exportadoras, seja como alternativa à decadência produtiva do setor exportador e a dificuldade de diversificação produtiva, foram criadas amplas economias de subsistência. A manutenção e ampliação da população baseados em economias de subsistência contribuiriam para o menor nível de desenvolvimento dessas regiões e para que, em etapas posteriores, essas regiões passassem a ser a fonte de grandes movimentos migratórios para as regiões do país que lograram uma melhor expansão econômica."
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